terça-feira, 9 de agosto de 2011

As demandas da região

O desespero por tornar a vida de gado mais animada e menos convencional vem sendo um bom motor para o comércio que serve o pólo de corporações.
Circulando pelas avenidas e adjacências da Berrini é possível vivenciar uma experiência comercial perfeita feita exatamente para não obrigar o consumidor-vaca a fazer grandes deslocamentos em busca de produtos e serviços.
São centenas de lojas, lojinhas, lojetas, quiosques, camelôs, móveis e imóveis oferecendo tudo o que é possível sempre atentos e sensíveis às demandas da região.
O executivo, o operacional e o call center podem se encontrar numa delas para tomar um picolé orgânico de frutas nacionais exóticas num clima amistoso e descontraído.
As executivas, sempre superocupadas e com o visual impecável também podem mandar seus alicatinhos de unha para afiação, fazer testes de gravidez, comprar aquele bicho de pé com pistache incrível, ir ao correio, ao cabeleireiro, ao dermatologista, fazer pilates, comprar umas roupinhas e ainda assistir a um show de dança do ventre enquanto almoçam.
Para atrair público, um dos restaurantes locais promove shows (agora diários) de dança do ventre juntamente com almoço árabe.
A dançarina se apresenta para um público (predominantemente masculino) que se divide entre as mesas e o buffet de comida.
Manucu experimentou e aprovou a comida e a dançarina e apóia as iniciativas diferenciadas dos comerciantes. Consideramos a ousadia do proprietário e principalmente das moças (agora mais do que uma interessada no ramo de dança no bandejão)e abre aqui um espaço para reflexão de quais outras modalidades de diversão em horário de almoço podemos sugerir ao colaborador.
Com a demanda por novidades em crescimento, as vaquinhas ávidas por assuntos de elevador , esperamos ansiosamente por mais cômodas surrealidades.


Uma dancinha pelo preço de um kibe?




domingo, 22 de maio de 2011

Tropicália corporativa

A repetição contínua da linguagem do mundo empresarial inventou um novo dialeto para a comunicação interna.
Trazido dos movimentos de vanguarda cultural pelos músicos e poetas brasileiros com o tom de criar uma identidade para a produção artística nacional, o tropicalismo poderia a base para a origem do termo tropicalização mencionado em nosso atual vocabulário na corporação.
O que entender sobre o significado deste termo além do Pato Donald dançando com maracas em Você Já Foi à Bahia?
A resposta é pensar em transformar uma situação não tropical em uma situação tropical para uma adaptação adequada à nossa realidade bananística.
Tudo pode ser tropicalizado dentro do circuito dos negócios: regras, equipes, acabamentos, preços, sistemas, decisões, comportamentos, layouts a fim de que a cultura externa seja replicada para nós e continuemos a participar ativos no mundo comercial.
Os ideais de funcionamento difundidos e funcionais (?) nos mercados externos serão adaptados à nossa maneira para que possamos trabalhar com selos de qualidade conhecidos internacionalmente mas que na prática depois de implantados, reconhecemos que não passam de gambiarras legais.
Cada medida cabe a uma situação diferente. O que acontece quando queremos sobrepor uma regra a uma situação completamente diferente? Uma realidade paralela.
Nesse paralelo tropical, vivem as vacas corporativas nacionais e latino-americanas, mugindo o termo tropicalização ou tropicalización para depois traduzí-lo para tropicalization para que nossos colegas estrangeiros nos entendam.
Este mecanismo funciona assim e muito dinheiro está envolvido. É necessário para os negócios que grandes companhias internacionais entendam que continuarão vivendo e funcionando da mesma maneira se vierem pastar aqui abaixo do equador.
É uma mentirinha? Pode ser que seja.
Chico Buarque até cantou: "não existe pecado do lado debaixo do equador" . Aqui tudo é possível, trabalhando com metas gringas e com nosso recursos, realmente tudo pode acontecer.
Extrapolar essa realidade que reflete alguma pobreza na capacidade de nosso mercado em criar uma identidade séria seria pensar que pode existir uma tropicália onde tudo pode funcionar à moda nacional.
Imaginemos uma sociedade criativa e rica em conteúdo original pronta para amadurecer e fazer frente aos mercados estrangeiros. É muito possível que o empreendedorismo nacional anônimo se utilizasse de todo seu potencial com uma bela dose de incentivo de nossa política e o cultivo do progresso.
Com tudo o que temos, só podemos ser artistas pobres dançando samba ao ritmo de hip hop. Vender a alma bonita para poder pagar a cerveja da sexta-feira nos faz um digno gado respirando ares condicionados, sentando em baias para trabalhar e comendo comida de vending machines.

domingo, 1 de maio de 2011

Um ano no ar

Este mês completamos um ano desta iniciativa que nos fez enxergar com mais olhos a realidade de trabalho que estamos vivendo.
A necessidade de expressão é também parte do cidadão que produz serviços para a empresa e útil a si próprio, permitindo que desenvolva sua individualidade em meio ao caos da massa.
Ser mais um é ser um, o mais importante. Ser mais um colaborador dotado de criatividade e força para vencer o rebolation diário é ser mais. Queremos produzir para nós, para nossos egos, para a diversão, o riso e a consciência. Permitido apesar de ser anônimo e temer que sejamos devorados por nossos empregadores.
Sendo este temor necessário ou não, melhor manter a cara de vaca pra nos fundir na multidão como cochichos cúmplices beliscando os calcanhares dos patrões predadores.
Parte do relacionamento humano a tendência conspiratória e achamos graça delas, principalmente por derivarem da paranóia e do medo que só um ambiente terrorista pode oferecer. A verdade é que a realidade inconveniente permite que criemos um outro ambiente de diversão e ficção para a pura sobrevivência da sanidade.
Obrigado a todos os que nos leram e participaram de alguma forma deste projeto, seguimos pastando.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Manucu filosofa a perversidade profissional

Nenhum filósofo comportamental ou gênio das relações interpessoais será capaz de encontrar a fórmula para o perfeito ambiente de trabalho, enquanto o ambiente de trabalho for reflexo do que são as pessoas.

A cada dia, novas sacadas de mídias que prosperam no "mercado de entendimento" do mercado nos ajudam a decifrar ou confundem-nos mais ainda na difícil arte de trabalhar em grupo.
O grande sábio moderno, Max Gehringer que se tornou comentarista corporativo profissional, superou-se em criar a Lei da Perversidade Profissional, que diz que o sucesso consiste em não fazer inimigos.
Certo. Nós, comentaristas amadores o congratulamos pela enfática tese e aproveitamos para continuar insistindo em andar em rebanhos mais reservados, mesmo que isso custe a imagem de simpatia ou empatia que faz os vínculos de coleguismo perdurarem.
Imaginamos que nesta escalada difícil por um lugar ao sol no mercado de trabalho, seja importante a escolha da qualidade das companhias e que seja difícil saber quem são lobos ou cordeiros no meio de um zoológico comportamental (pra não dizer circo).
A perversidade é tão verdade que virou lei. Inquestionável como a natureza sobrevivente do homem também é sua capacidade de fazer mal ao outro para satisfazer o ego. Não temos só um trabalho a zelar. Existe um nível de porcarias e insultos que um operário deve estar disposto a tolerar para alcançar sucesso e ter 97% de aprovação entre colegas. Vinte anos de porcarias e sacanagem para chegar a ser um gerente.
Existe um comportamento patológico psicopata por trás dos grandes fenômenos de competência. Existe um sistema de trabalho completamente subjetivo onde quanto menos se sabe do que se fala e o que se está fazendo, melhor.
Existirão cada vez mais com a consolidação dessa testa Lei, a formação sistemática e por que não acadêmica de Perversos Profissionais.




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vacas e Galinhas




A sustentabilidade, uma questão moderna que vem sacudindo os mercados por aí fez surgir mais uma variedade de atividades que geram mais empregos, mais novos cursos latu-sensu com nomes diferentes e também manifestações de cunho socio-integrativo-conscientizador e automaticamente propagador de idéia.
Um grande exemplo é o evento flash-mob divulgado pelo blog catraca verde em que um grupo de engajadas vacas berrinianas serão convidadas a se fantasiarem de galinhas.
A escolha do do bípede galináceo se refere à morosidade do tráfego viário da Berrini no perído de pico (a qualquer hora) e quer dizer que se vacas fossem galinhas, não demorariam tanto para percorrer o trajeto da Avenida.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Minuto de sabedoria

A observação da cultura corporativa através das décadas aponta a sofisticação dos meios de conduta entre os funcionários, especialmente no que diz respeito à visão ideal e real de um processo.
Encontramos estas palavras de sabedoria fixadas sabiamente em uma mesa de diretoria:




Agora façam seus palpites!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Manucu politizando




Evitamos a todo custo falar sobre eleições, mas não conseguimos evitar. A onda de candidaturas inusitadas atingiu também a esfera corporativa.
A Folha de São Paulo, jornal que se tornou alvo de críticas de blogueiros da atualidade, noticiou a propaganda política de seriedade discutível colocada nas ruas sob a forma de "manifestação artística."

Caveira, a gerente de Grayskull, aproveitou a deixa aberta pelo palhaço Tiririca e o comediante Batoré para tentar uma mudança póstuma de carreira.
Nós, tolos contribuintes e subordinados na corporação, conseguimos prever que um bom gerente corrupto e parasita privado, terá um brilhante futuro como deputado.